sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Redes Sociais: Motivos para não liberar




Um estudo divulgado recentemente pela consultoria de RH Manpower revelou que as empresas que mais proíbem o acesso à redes sociais como Twitter, Facebook e Orkut são as brasileiras. Um outro estudo, divulgado pela Universidade de Melbourne, apontou que o uso moderado da internet para lazer aumenta a produtividade em até 9%. E assim a briga continua.

Quem leu meu último artigo, Toda empresa deveria liberar o acesso às redes sociais?, viu quanta gente de peso defende a liberação das redes sociais no trabalho. Mas como eu disse: Cada caso é um caso, cada gestor tem (ou não) suas razões, cada situação tem suas peculiaridades. Por isso, neste artigo queria dar voz à outra parte envolvida: os gestores.

Segundo Brent Coker, autor do estudo divulgado pela Melbourne, pausas curtas e moderadas, como uma rápida navegação na Internet, permitem que a mente descanse, levando a uma concentração maior para o dia de trabalho e, como resultado, aumentam a produtividade. O problema é que no Brasil, pausas curtas e moderadas podem acabar não sendo assim tão curtas ou moderadas, não é?! (Pérolas do Orkut que o digam)

É lamentável, mas infelizmente há casos extremos em que esse problema com o uso de redes sociais no trabalho já levou até à demissão do funcionário. Uma situação como essas aconteceu com o empresário Antônio Carroça (Gerente de Negocios Industriais) que, depois de constatar o acesso ininterrupto de duas de suas funcionárias ao Orkut, MSN e Youtube, precisou bloquear as máquinas. Uma delas acabou conseguindo driblar o bloqueio e, voltando a constatar o prejuízo na realização das tarefas, precisou demiti-la. 

“(...) toda vez que pedia algo, demoravam uma semana para fazer. Mesmo depois de bloqueadas as máquinas, uma delas removeu a trava. Demiti na mesma hora.”

Com Robert Roman (gestor de uma empresa de tecnologia de informação), a situação não foi muito diferente. Pouco tempo depois de liberar o acesso e instruir seus funcionários quanto ao uso consciente das redes de relacionamento, verificou que a medida não seria o sucesso esperado.

“Algumas pessoas da nossa equipe de conteúdo dos portais deixam de atualizá-lo ou o atualizam de qualquer forma, com erros crassos de português ou frases que não fazem nenhum sentido, para que sobre mais tempo para conversar com amigos no MSN, acompanhar o twitter de uma celebridade, ou ver o que mudou em seu facebook ou Orkut.”

Aí fica difícil, não fica?!

O primeiro passo para qualquer liberação no acesso às redes sociais deve ser a educação e a conscientização do funcionário sobre o seu uso. E isso já é quase uma verdade absoluta. A grande questão é que em alguns casos chega a ser uma reavaliação cultural tão profunda, que talvez as pessoas não consigam.

É muito complicado, e é certo que a discussão não termina nesta década. Mas e agora? Não seriam estes bons motivos para não liberar o uso das redes sociais no trabalho?

*Esse artigo também foi publicado em 21/01/2011 no Ponto Marketing. Marketing no Ponto Certo! Confira!

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