quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

AREZZO e a coleção Pelemania


Em Abril de 2011 a AREZZO, rede de franquias fundada em 1972 pelos irmãos Birman e que hoje conta com mais de 300 lojas espalhadas por todo o Brasil, decidiu usar seu Twitter - na época com mais de 20.000 seguidores - para promover uma nova coleção.
Divulgar um lançamento no Twitter?! Ok, nenhum absurdo. Exceto, talvez, pela falta de delicadeza no tom empreendido. Já nas primeiras publicações destacava-se - e destoava - a relação (de gosto extremamente duvidoso) estabelecida entre os termos “pele de coelho” e “glamour para o dia a dia”. Era a coleção Pelemania. Uma linha inteira de produtos confeccionados com couro de cabra e peles de coelhos e raposas.
Não demorou mais do que algumas horas para que a maior marca de varejo de calçados femininos fashion da América Latina estivesse nos Trending Topics do Twitter. E como não era difícil de prever, a esmagadora maioria das mensagens era de repudio e boicote à marca e à coleção. Com uma repercussão três vezes maior que a soma de interações de quatro concorrentes, a AREZZO atingiu  mais de 1.900 citações negativas. Delas, mais da metade (51%) falava sobre a polêmica Pelemania.

No Facebook, o número de fãs da página Boicote AREZZO, criada pelos manifestantes, ultrapassou o total de fãs da página oficial da marca em mais de mil usuários. O que já seria bem ruim se o protesto também não tivesse cruzado a barreira entre on e o off line. Só que ele cruzou!
Foram registrados diversos casos de vandalismo contra as lojas da rede, onde ativistas ainda mancharam com tinta vermelha as fachadas de diversas lojas em protesto contra a crueldade com os animais.
Diante de tamanha repercussão negativa, a AREZZO fez a única coisa sensata que podia fazer. Voltou atrás! Suspendeu a venda e toda a divulgação da coleção, recolheu das lojas os produtos da Pelemania e publicou pedidos de desculpas a seus consumidores em todas as suas redes sociais. 
Em nota, a marca afirmou: “A AREZZO entende e respeita as opiniões e manifestações contrárias ao uso de peles exóticas na confecção de produtos de vestuários e acessórios. E por respeito aos consumidores (...) estamos recolhendo em todas as lojas do Brasil as peças com pele exótica em sua composição, mantendo somente as peças com peles sintéticas.”

Era isso, ou isso! Já ouviu dizer que “se você acha caro contratar um bom profissional de redes sociais, então espere só para ver quanto custa não contratar”?! Pois é. A coleção em si já tratava de um assunto extremamente delicado e polêmico: o uso de pele animal natural. Precisava mesmo de um post tão mal planejado e escrito?

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