Pepsi, Pasto, Metrô e Marketing

E se você descesse do trem e désse de cara com um pasto de 1.250 m²?

O que faz um profissional de Social Media?

Mercado de mídias sociais estimula geração de empregos.

Convencendo o consumidor a gastar tempo e dinheiro

O Marketing Experiencial envolvendo consumidores e marcas em ações de Guerrilha

O logotipo, a marca, o consumidor e a liberdade de se reinventar

"A mudança de rótulo criou a percepção de que o produto havia mudado, o que não era verdade"

Por que as pessoas realmente compram?

"A oferta de produtos é tão grande que qualidade é o mínimo que se pode oferecer. Afinal, boa comunicação não melhora um produto ruim"

sexta-feira, 18 de março de 2011

Pesquisa de mercado (bem feita) é a chave!



Se um dos grandes objetivos do Marketing é identificar e satisfazer  necessidades e desejos dos clientes e se para identificarmos essas necessidades e construir estratégias eficientes precisamos conhecer este público-alvo, fica claro que pesquisa de mercado não é despesa, mas investimento.  

Pesquisa de mercado que, de acordo com o IBOPE, é a ferramenta certa para suprir a necessidade de desenvolver estratégias para valorizar marcas, conhecer melhor os consumidores e identificar a estrutura da concorrência, orientar não só a formulação do um plano de marketing, mas também a tomada de decisões cotidianas.

Mas se o objetivo da pesquisa de mercado é retratar uma situação e, a partir deste retrato, definir uma estratégia para conquistar um objetivo, o que acontece quando você não consegue um retrato fiel à realidade?

Neste aspecto, o estudo da Lógica – que me foi apresentada muito a contra gosto no ano em que cursei a faculdade de Filosofia – me mostrou uma nova perspectiva das coisas. Transportando a teoria para a prática: Não podemos chegar a resultados verdadeiros se já partirmos de argumentos falsos. Por isso, neste artigo tentarei apontar alguns bons motivos para se tomar muito cuidado na hora fazer pesquisa ou de contratar um instituto “sério” de estudos e pesquisas.

Pesquisa feita de modo errado gera dados inconsistentes. Fato! E não que isso já não fosse suficiente para um grande tiro no pé, mas vai além. É dinheiro (e às vezes uma montanha dele) jogado fora. Neste momento, pesquisa se transforma em despesa. Pode ser pior? Pode! Sua importância passa a ser subestimada e uma montanha ainda maior de dinheiro pode ser desperdiçada investida em uma campanha embasada no “achismo” de um “manda-chuva”.

Entre os grandes vilões e responsáveis pela má fama criada em torno das pesquisas, sempre destaco a má interpretação dos dados e, aquele que eu considero o mais grave, o enviesamento amostral. Ambos interferem diretamente em qualquer uma das metodologias de pesquisa mais utilizadas (Quantitativa, Qualitativa, Observação e Experimental), mas com o enviesamento amostral nem mesmo o melhor Analista conseguirá elaborar relatórios consistentes (e por vezes nem ele se dará conta disso).

Para tentar exemplificar como e porque algumas estratégias embasadas em pesquisas não funcionam na prática, vamos a algumas das causas mais comuns do enviesamento amostral:

1. Sondagem não aleatória
De acordo com a Wikipédia, acontece quando há o favorecimento - ou o desfavorecimento - de alguns elementos da amostragem sobre outros. Na prática, poderia acontecer mais ou menos assim: Em uma pesquisa eleitoral sobre intenção de voto, o instituto de pesquisa decide não entrevistar os idosos da cidade porque o tempo médio da entrevista seria mais elevado.

2. Base de sondagem inadequada para o estudo
Neste tipo de falha a sondagem não cobre de forma completa a população alvo, omitindo indivíduos que deveriam ser considerados e/ou considerando outros que não deveriam fazer parte da amostragem. É mais ou menos como se para identificar a preferência dos jovens de 13 a 17 anos sobre smartphones, a pesquisa fosse realizada dentro das faculdades para reduzir o custo operacional já que a concentração de pessoas seria consideravelmente maior do que em um colégio de ensino básico ou médio.

3. Condução das respostas
Não são raros os casos em que durante a entrevista, o entrevistador induz - conscientemente ou não - o entrevistado a uma determinada resposta. Muitas vezes, a uma resposta que ele não escolheria ou elaboraria se questionado de maneira imparcial. Até a ênfase dada às palavras ou opções de resposta pode fazer diferença neste caso.

Já se assustou com o resultado intrigante de um estudo ou pesquisa? Talvez fosse apenas a diferença entre o seu ponto de vista/experimentação do assunto em relação à como na verdade as coisas são. Ou talvez não!

*Esse artigo também foi publicado em 24/02/2011 no Ponto Marketing. Marketing no Ponto Certo! Confira!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Pepsi, pasto, metrô e Marketing Experiencial



Lembram quando no post Convencendo o consumidor a gastar tempo e dinheiro com a sua marca eu disse que - em se tratando de Marketing Experiencial - na maioria das vezes não se trata de algo complexo ou tecnologicamente inovador, mas de uma idéia simples e criativa que convide ou estimule a interação? Pois bem! Na maioria das vezes.

Às vezes, mesmo uma idéia simples, pode exigir um planejamento logístico um “pouquinho” mais complicado. Neste post, trago dois exemplos um pouco mais complexos do Marketing Experiencial na prática, mas igualmente criativos e que talvez por isso também tenham sido tão entusiasmantes.

Nos dois casos, o metrô foi a mídia utilizada. Nos dois casos, algo muito compreensível. Afinal, os trens metropolitanos são um dos meios de transporte coletivo mais usado em todo o mundo. O metrô da cidade de São Paulo, por exemplo - com pouco mais de 65km de trilhos - em outubro de 2010 bateu recorde de passageiros em um único dia. Enquanto a média diária era de 3,6 milhões de passageiros, em 08 de outubro foram transportadas mais de 3,9 milhões pessoas. Do ponto de vista que nos interessa, quase 4 milhões de consumidores. Só que infelizmente os exemplos a seguir não são de ações viabilizadas em terras tupiniquins.

No primeiro, um painel da Pepsi no metrô canadense, os passageiros eram convidados a interagir com a peça conectando seus fones de ouvido no próprio painel. Depois de 30 segundos de “Crazy” (hit de Gnarls Barkley), uma mensagem convidava à acessar o site da campanha. Lá, usando um código encontrado nas embalagens do refrigerante, o visitante encontrava uma lista de músicas exclusivas além de outras opções de entretenimento.



O segundo exemplo aconteceu no metrô de Aukland, na Nova Zelândia, e talvez seja um dos mais legais sobre os quais já tive notícias. É bem verdade que tudo foi arquitetado pela Meadow Fresh para servir de cenário para a gravação de um filme publicitário e que algumas das pessoas na verdade eram atores e atrizes, mas sem dúvida  proporcionou uma das experimentações de marca mais interessantes e criativas dos últimos anos. A ação, totalmente inusitada, além de criar expectativa sobre o filme gerou mídia espontânea em tv, jornais e principalmente na web (onde inclusive continua gerando, não é!?).

E também não era para menos! Como você reagiria se descendo do trem, ou pelas escadas rolantes da estação, desse de cara com um pasto artificial de 1250 m²? Por que foi exatamente isso o que a Meadow Fresh fez! Dá uma olhada!


No blog Planejamento Criativo, da planner Robi Carusi (Update or Die), você também encontra fotos de como ficou a estação.

Até a próxima!

sexta-feira, 4 de março de 2011

Problemas para quem monitora: Quem realmente é o consumidor?



É possível que o consumidor seja aquilo o que diz, e não o que pensa? A menos que ele sempre diga o que pensa - o que é pouquíssimo provável que faça - eu acho que não. Mas e nas redes sociais? Bom... Aí, se você conhece pelo menos um pouquinho sobre elas, verá que... talvez!

Não que isso seja bom, já que parecer (propositalmente) ser alguém que você não é, não deixa de torná-lo uma espécie de grande mentiroso, mas nas redes sociais esse tipo de comportamento é mais comum do que se pode imaginar.

Não estou querendo dizer que os usuários do Twitter, do Facebook ou do Orkut - redes sociais mais usadas no Brasil – não passam de falsos e fingidos. É lógico que não é isso. Mas as pessoas normalmente querem oferecer (e compartilhar) aquilo o que (infelizmente) interessa. O problema, pelo menos a meu ver, é que as pessoas tendem a querer parecer ser relevantes usando sempre o caminho mais curto.

E até que faz muito sentido. Afinal, reflitam comigo se nas redes sociais não interessa muito mais o que foi dito (e quantas vezes foi dito) do que quem disse. Mas talvez não seja o ideal. Para alguém que, assim como eu, apaixonado pela Filosofia e pela Psicologia, o jornalista Osmar Soares, no blog Midiatismo, talvez tenha ído direto ao ponto. “O quem, só é alguém quando fala para uma multidão. Nesse momento é avaliada a sua qualidade e valor na sua função de emissor”. Ou seja, se você for, por exemplo, o Luciano Huck, você me importa. Mas...só porque você tem mais seguidores do que eu ou a marca que represento jamais teremos.

Mas e agora? Se as pessoas não dizem tudo o que pensam, e aquilo o que dizem não necessariamente representa sua verdade, quem na verdade são essas pessoas? O que pensam? Do que realmente gostam? Compartilharam, twittaram ou entraram nessa comunidade porque realmente compartilham dessa idéia (ou aprovam, ou acreditam nesse produto, marca ou mensagem) ou porque querem fazer parecer que sim?

Nas redes sociais, a questão é só uma: Quem monitorar sua presença digital terá - realmente - condições de traçar o perfil do “consumidor” que faz menção à marca e/ou produto?

E não estou me referindo à competência do trabalho feito pelos analistas ou estagiários que muitas vezes fazem este trabalho. Mas aos padrões de comportamento (principalmente na web) que podem ser puramente tendenciosos.

Confio muito que em um futuro próximo isso deixará de ser ignorado. E não digo nem corrigido, por que aí também já seria otimismo demais. (Já se faz pesquisa de modo tão equivocado há tanto tempo no Brasil que seria sonhar com o ovo ainda dentro da galinha). Mas acredito que será mais viável tentar explicar que o comportamento do consumidor é muito mais complexo do que “diga-me o que twittas e te direi quem és!”

E você, concorda que nas redes sociais as pessoas tendem a querer parecer ser mais isso, mais aquilo, melhores nisso ou naquilo (do que realmente são)? Acha que é possível traçar o perfil do cara que segue o perfil, a fanpage ou a comunidade de uma marca levando em consideração as informações que ele compartilha?

*Esse artigo também foi publicado em 18/02/2011 no Ponto Marketing. Marketing no Ponto Certo! Confira!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Convencendo o consumidor a gastar tempo e dinheiro com a sua marca



No mês passado, no post Marketing Experiencial: Promovendo a experiência de uma grande idéia, eu disse que traria outros exemplos do Marketing Experiencial na prática. A intenção na época era trazê-los em poucos dias, mas com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo acabei não conseguindo postá-los. Então se essa é a sua primeira vez aqui no Experimentando Marketing, ou se você não sabe muito bem do que estou falando, vale a pena visitar alguns dos posts anteriores para ajudar a contextualizar as imagens. Acho que Uma nova integração entre tecnologia, marketing e comunicação e Experiências físicas, no mundo real, com pessoas reais são boas pedidas.

De forma bem resumida, o marketing experiencial é focado em criar experiências que envolvam o consumidor e as marcas através da estimulação dos seus sentidos. No Brasil, apesar de ainda engatinhando, felizmente esta prática parece estar tomando corpo. Muitas empresas ligadas ao setor varejista, por exemplo, já vêm trabalhando a experiência de compra de seus clientes, criando, ambientando e promovendo ações interativas no ponto-de-venda.

Líder do mercado nacional de monitores e discos rígidos para PCs e uma das principais empresas no setor de telefonia celular, a Samsung já investe nesta prática há algum tempo. No Morumbi Shopping, em São Paulo, inaugurou em outubro de 2005 a Samsung Experience – a 5ª loja conceito da marca no mundo. Um espaço totalmente voltado à experiência e à interação dos consumidores com todas as linhas de produtos Samsung. Um convite aos amantes da tecnologia para uma total imersão dos sentidos em tecnológica, convergência e interatividade.

Mas se você quer saber como seria criar experiências que envolvam consumidores e marcas fora das zonas de conforto e dos grandes redutos costumeiramente comerciais, os exemplos a seguir são para você. Em 2009, na Alemanha, a Nintendo foi aos banheiros de um shopping center promover o Brain Teasers (um conjunto de jogos que reúne quebra-cabeças, jogos de memória, sudoku e palavras-cruzadas). A campanha, que segundo o blog Promoview, foi idealizada pela Ogilvy de Frankfurt, proporcionava um tipo de interação totalmente inusitada. Impossível não se permitir gastar alguns minutos tentando solucionar as dicas dessa imensa palavra-cruzada.




Na Nova Zelândia, para promover a estréia da segunda temporada da série The Vampire Diaries, exibida aqui no Brasil pela Warner, a Colenso BBDO também inovou. Substituiu a água dos bebedouros em academias, salões de beleza, escritórios e outros locais públicos, por um suco avermelhado que imitava sangue. A ação também agradou.



Voltando ao Brasil, recentemente foi a vez da Nívea - uma das grandes companhias mundiais em cuidados com a pele - promover uma genial experimentação de sua marca e produtos na capital paulista. O vídeo dessa ação, criada pela Lew Lara TBWA, você confere a seguir.
 

Na maioria das vezes nem se trata de algo complexo ou tecnologicamente inovador, mas de uma idéia criativa que convide e estimule a interação das pessoas. Nestes casos em especial, meu conceito preferido sobre grandes idéias faz toda a diferença: “Grandes idéias são aquelas que convencem naturalmente o consumidor a gastar seu tempo e dinheiro com uma marca.”

Por hoje, é isso!

E aí? O que acharam?

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Redes Sociais: Motivos para não liberar




Um estudo divulgado recentemente pela consultoria de RH Manpower revelou que as empresas que mais proíbem o acesso à redes sociais como Twitter, Facebook e Orkut são as brasileiras. Um outro estudo, divulgado pela Universidade de Melbourne, apontou que o uso moderado da internet para lazer aumenta a produtividade em até 9%. E assim a briga continua.

Quem leu meu último artigo, Toda empresa deveria liberar o acesso às redes sociais?, viu quanta gente de peso defende a liberação das redes sociais no trabalho. Mas como eu disse: Cada caso é um caso, cada gestor tem (ou não) suas razões, cada situação tem suas peculiaridades. Por isso, neste artigo queria dar voz à outra parte envolvida: os gestores.

Segundo Brent Coker, autor do estudo divulgado pela Melbourne, pausas curtas e moderadas, como uma rápida navegação na Internet, permitem que a mente descanse, levando a uma concentração maior para o dia de trabalho e, como resultado, aumentam a produtividade. O problema é que no Brasil, pausas curtas e moderadas podem acabar não sendo assim tão curtas ou moderadas, não é?! (Pérolas do Orkut que o digam)

É lamentável, mas infelizmente há casos extremos em que esse problema com o uso de redes sociais no trabalho já levou até à demissão do funcionário. Uma situação como essas aconteceu com o empresário Antônio Carroça (Gerente de Negocios Industriais) que, depois de constatar o acesso ininterrupto de duas de suas funcionárias ao Orkut, MSN e Youtube, precisou bloquear as máquinas. Uma delas acabou conseguindo driblar o bloqueio e, voltando a constatar o prejuízo na realização das tarefas, precisou demiti-la. 

“(...) toda vez que pedia algo, demoravam uma semana para fazer. Mesmo depois de bloqueadas as máquinas, uma delas removeu a trava. Demiti na mesma hora.”

Com Robert Roman (gestor de uma empresa de tecnologia de informação), a situação não foi muito diferente. Pouco tempo depois de liberar o acesso e instruir seus funcionários quanto ao uso consciente das redes de relacionamento, verificou que a medida não seria o sucesso esperado.

“Algumas pessoas da nossa equipe de conteúdo dos portais deixam de atualizá-lo ou o atualizam de qualquer forma, com erros crassos de português ou frases que não fazem nenhum sentido, para que sobre mais tempo para conversar com amigos no MSN, acompanhar o twitter de uma celebridade, ou ver o que mudou em seu facebook ou Orkut.”

Aí fica difícil, não fica?!

O primeiro passo para qualquer liberação no acesso às redes sociais deve ser a educação e a conscientização do funcionário sobre o seu uso. E isso já é quase uma verdade absoluta. A grande questão é que em alguns casos chega a ser uma reavaliação cultural tão profunda, que talvez as pessoas não consigam.

É muito complicado, e é certo que a discussão não termina nesta década. Mas e agora? Não seriam estes bons motivos para não liberar o uso das redes sociais no trabalho?

*Esse artigo também foi publicado em 21/01/2011 no Ponto Marketing. Marketing no Ponto Certo! Confira!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Toda empresa deveria liberar o acesso às redes sociais?



Sua empresa está tentando se adequar aos pequenos detalhes característicos dos novos profissionais da Geração Y? Maravilha! Só tem a ganhar! Mas, e agora? Liberar ou não liberar o acesso às redes sociais?

De acordo com dados da britânica Webroot publicados pelo portal IDG NOW!, quatro em cada dez empresas européias bloqueiam o acesso ao Facebook e três ao Twitter. Entre as principais justificativas para o bloqueio estão a dispersão dos funcionários, a baixa produtividade, o risco de as redes corporativas serem infectadas por malwares via redes sociais e o vazamento de dados.

No Brasil, embora a situação não seja muito diferente, alguns especialistas discordam desta posição. Gabriel de Oliveira (professor de Marketing Digital e consultor especializado em estratégias web) defende que a liberação dos sites de redes sociais nas empresas precisa ser vista como uma ação de empreendedorismo. Passível de riscos, mas também de ganhos. Segundo ele, a empresa ganha não apenas com a melhoria do clima organizacional e com o acesso fácil ao conhecimento, mas também em ações de comunicação e marketing, na melhoria de sua reputação, em ações colaborativas e na própria produtividade.

Waldir Arevolo (Consultor da TGT Consult) aponta em seu artigo no portal Administradores aquilo o que todo gestor deveria entender. Com a Web 2.0 todos os seus colaboradores internos, independentemente de cargo ou título, devem ser encarados com parte ativa de sua força de venda, principalmente na web. De outra maneira, como a empresa conquistará credibilidade e interatividade com os consumidores se os seus próprios colaboradores são colocados à margem dessas iniciativas?

E se existe uma coisa que não combina com a Geração Y e que não deveria ser exercitada por quem quer gerir essa rapaziada, é a hipocresia. Infecção das redes por malwares? Vazamento de dados? Bom, o jeito então é impedir o uso de e-mails (particulares ou não) e telefones (incluindo fixos e móveis) dentro empresa. Mas vai resolver? Não!

Especialista em Geração Y, Eline Kullock (Grupo Foco) explica que transgredir regras é uma característica de toda geração e que o que estes jovens fazem hoje não é tão diferente do que os mais velhos fizeram no passado. Ela cita um argumento comum entre eles para confirmar: Vocês não saiam para tomar café e fumar? Eu não fumo, mas twitto!

Mauro Segura (Comunicação e Marketing da IBM) também defende a liberação do acesso argumentando que as pessoas têm nas redes sociais o mesmo comportamento que tem na vida real. “Elas sempre falaram da empresa no bar, nos corredores, no café. Porque não deixar que façam o mesmo nas redes sociais?”

É difícil. É um tema complexo. É uma escolha que requer muita atenção. Muito vem sendo dito e discutido sobre esse assunto nos últimos tempos, mas o fato é que ninguém tem (ou terá) uma verdade absoluta sobre como agir neste impasse até pelo menos daqui uns 10 anos. Cada caso é um caso, cada gestor tem (ou não) suas razões, cada situação tem suas peculiaridades e não poderia ser de outra maneira.

O que acredito ser importante fazer é educar o colaborador sobre o uso das redes e também tentar aprender com ele. Gafes sempre vão existir, é fato. Mas também não existem naquela conversa descontraída com o colega de trabalho no exato momento em que o chefe entra na sala?

O que você precisa é ter as ferramentas e a ousadia necessária para contorná-las. O que ele diz sobre a empresa? Ele elogia? Ele critica? Ele tem razão em dizer o que diz? Ele é parte ativa de sua força de venda, não é? Então para todas as respostas, quem monitorar terá trabalho a fazer! O que poderíamos fazer para a melhoria do clima organizacional?

Eu tenho uma teoria: O seu funcionário tem a resposta! Mas prefere mil vezes dar aquela twittada libertadora do que ligar no seu ramal e te contar.

E agora? Liberar ou não liberar o acesso às redes sociais?

*Esse artigo também foi publicado em 12/01/2011 no Ponto Marketing. Marketing no Ponto Certo! Confira!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Mas que diabos QR code tem a ver com Marketing?



Depois de se tornar o quinto maior país em número de telefones móveis habilitados - ultrapassando a marca das 194 milhões de unidades - hoje o Brasil tem mais telefones celulares do que habitantes. O resultado disso foi que em 2010 (de novo) já começaram a faltar números para novas linhas e, para driblar a escassez de números disponíveis em São Paulo, a Anatel (Agencia Nacional de Telecomunicações) decidiu incluir mais um dígito no número dos telefones celulares dos paulistas.

É o que acontece quando a necessidade impõe o uso exacerbado das combinações numéricas. Mais cedo ou mais tarde, com maior ou menor número de combinações possíveis, um dia elas chegam ao limite. Já aconteceu antes, e provavelmente um dia voltará a acontecer. A boa notícia é que pelo menos com os códigos de barras isso ainda vai demorar um pouco para se tornar um problema.

Já pensou um código de barras com 10 cm de comprimento?! Não seria nada prático, não é?! Aliás, já seria maior do que muita embalagem. Mas com o QR code, esse problema está resolvido.

O QR code é um código de barras bi-dimensional, criado pelos japoneses em 1994 capaz de armazenar uma quantidade muito maior de informações mas que só começou a ganhar espaço com a chegada dos smartphones. É esse ícone composto por vários quadradinhos ai na foto ao lado. Para "decifrá-lo" você só precisa baixar em seu smartphone algum dos muitos apps para a leitura de QR code, aproximar a câmera e fotografar (em alguns casos basta aproximar). De acordo com a Wikipédia, a sigla QR vem de Quick Response (Resposta Rápida). E isso porque o código pode ser lido em poucos segundos mesmo com câmeras de baixa resolução.

Mas ai você me pergunta: E que diabos esse QR code tem a ver com Marketing? Vamos por partes. Eu explico.

De acordo com o professor e blogueiro Eric Messa, do e-code, no Brasil a primeira empresa a usar o QR code para fins publicitários foi provavelmente a Fast Shop, em dezembro de 2007. A peça veiculada no caderno Link do jornal Estadão anunciava um telefone celular e trazia no canto inferior direito a imagem do código QR. Fazendo a leitura com seu celular, o leitor era direcionado para uma página com outras ofertas da rede.



Em maio de 2009 foi a vez da DM9 usar o QR code em um anúncio que comemorava os 20 anos da agência. A inovação ficou por conta de a peça trazer um QR que remetia todo dia a uma arte diferente. Sem dúvida uma grande idéia, além de uma impactante experimentação da marca, não?!

Apesar disso, e de amplamente difundido em outros países, no Brasil o QR ainda não emplacou. E digo “ainda” porque, apesar de algumas tentativas mal sucedidas, acredito que agora a “novidade” vai pegar.

Recentemente - ou melhor, neste mês - quem aderiu à tecnologia do QR code foi o Metrô de São Paulo. Nos cartazes “Linha da Cultura”, afixados nas estações, o código bi-dimensional permite acessar informações sobre cultura, notícias, trajetos, atendimento e horários da operação. O site da revista Exame fala um pouco mais a respeito.

Agora me diz se o QR code não é um baita exemplo de Marketing Experiencial!?

É como um teaser. Estimula a curiosidade das pessoas e transforma o que quer que seja em uma experiência totalmente diferente (pelo menos por enquanto). Você só precisa de um pouco de criatividade e de uma estratégia. E não tem jeito, todo mundo acaba querendo saber o que dizem os quadradinhos espalhados por aí.
 
Dá uma olhada! São anúncios, outdoors, embalagens, camisetas, cartões de visita, cartezes e há algum tempo até um video clipe do Pet Shop Boys usou imagens em QR code com links para diferentes sites, em geral tratando da questão da privacidade no mundo. Em 2010, até a Cow Parede brincou com o QR code em uma vaca coberta de códigos QR.



Quer fazer um teste? Baixar um software gratuito para ler QR code ou (ainda melhor) criar seu próprio QR code? A hora é agora!



quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

10 dicas para fazer compras coletivas com segurança



Depois de abrirem as portas do e-commerce para pequenas e médias empresas, um dos assuntos mais comentados em 2010 com certeza foram os sites de compras coletivas. É claro que o motivo de tanto sucesso não foi exatamente esse, já que aquilo o que fez destes sites a nova mania nacional foram os descontos de até 95%, mas será que estamos realmente seguros usando essa nova modalidade de comércio eletrônico?

No artigo Site de compras coletivas: o lado B - Parte 1, Priscila Magalhães faz referencia ao caso do blogueiro Caio Novaes, que no mês passado teve uma péssima experiência de compra arrematando uma ceia de natal no Groupon.

Descontos daqui, descontos de lá, e com tanta gente comprando uma hora os problemas começariam a aparecer. Por isso, reuni neste artigo 10 dicas de quem entende de e-commerce para tentar ajudar os adeptos (e os tentados a aderir) às compras coletivas a não entrar em roubada. Quem nos orienta desta vez são Camila Melo, do Instituto Akatu, e Bernardo Carneiro, Diretor da Site Blindado S/A.  

1. Visite o site do estabelecimento que está comercializando o produto nas páginas de compras coletivas. Telefone para o estabelecimento, confirme se o anúncio é verdadeiro e o tempo para a utilização do cupom.

2. Antes de fechar a compra, verifique como funciona a desistência. Não deixe de perguntar o que ocorre se o número de compradores não for atingido.

3. Conheça a política de privacidade do organizador da compra coletiva para saber como serão protegidos seus dados (como o número do seu cartão de crédito, por exemplo).

4. Fique atento à página de pagamento da oferta, checando se ela opera em ambiente de navegação segura e se possui certificados digitais de segurança.

5. Procure saber o número do telefone de contato ou o endereço do site para que possa reclamar, caso algo dê errado.

6. Algumas empresas têm comercializado cupons em quantidade acima de sua capacidade de atendimento. Isso resulta em agendamento para até seis meses. Veja, antes de comprar, se há listas de espera no serviço que você deseja.

7. Antes de iniciar sua navegação em um portal de compra coletiva, é fundamental se informar sobre as condições do negócio. Nesses portais, o consumidor recebe um “voucher” para compra em loja física, mas e se chegar no local e o voucher não funcionar? Esteja atento ao prazo de validade, por exemplo.

8. Avalie a Credibilidade do portal: hoje as redes sociais estão aí para evidenciarem o que há de bom e de ruim na web. Pesquise sobre o portal antes de qualquer compra. A credibilidade nesse momento deve contar muito.

9. Na hora de efetuar o pedido, observe se a tela que pede informações confidenciais, como as de pagamento, está com o cadeado ativado e se o endereço do site inicia com HTTPS:// (s de seguro);

10. Verifique os tipos de marcas e parceiros presentes no portal: a busca por informações relacionadas às marcas que fazem parte da compra coletiva também é aconselhável. Afinal, comprar e não poder usufruir pode se tornar uma experiência frustrante.

Mas se ainda assim ocorrer algum problema, fale com o site de compras. Se nada acontecer, os caminhos são fazer uma queixa no Procon e, por último, recorrer ao Judiciário.

*Esse artigo também foi publicado em 06/01/2011 no blog Ponto Marketing. Marketing no Ponto Certo! Confira!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Um novo e-commerce moldando as compras por impulso



Quando falamos de compra por impulso estamos sempre falando de comprar coisas de que não precisamos, certo? Na verdade, não! Esse comportamento, comprar coisas pelo prazer de comprar e não pela necessidade do objeto que é comprado, se chama compulsão. O professor Dílson Gabriel, que leciona Comportamento do Consumidor na USP, esclarece que comprar por impulso, mas não por compulsão, é adquirir (sem planejamento) um bem (necessário) por sentir uma atração instantânea pelo produto, seja por causa da embalagem, do preço ou do apelo publicitário.

No entanto, em muitos casos a necessidade do consumidor pode ser apenas a de satisfazer um desejo. Ele pode, por exemplo, desejar comprar uma TV nova   embora na realidade não precise dela e optar por fazê-lo em razão de uma oferta muito tentadora.

Enquanto o ciclo de uma compra “planejada” é racional, começando com o reconhecimento de um problema/necessidade, passando pela avaliação das alternativas de solução/compra, até finalmente chegar à decisão de compra, as compras por impulso tem apelo muito mais emocional. É como se o consumidor comprasse para se sentir psicologicamente realizado, não tendo perdido a “oportunidade”.

Nessa onda, os sites de compras coletivas se tornaram uma febre mundial ofertando aquilo o que o consumidor mais gosta: oportunidade e preço! Chaves para o sucesso do e-commerce moderno e de efeito quase instantâneo sobre os consumidores, desconto, promoção, off e oportunidade são as palavras do momento. Sandra Turchi, especialista em Marketing Digital e E-commerce pela FGV e pela Toronto University, diz que o consumidor se empolga e só pensa em aproveitar a oferta, mas que algumas vezes, compra produtos que normalmente não usaria se não fosse pela promoção.

Compra produtos que não usaria?! E agora? Compulsão ou compra por impulso? Depende. Não usaria porque habitualmente o investimento é alto para sua realidade financeira ou porque o produto na verdade não atenderia a uma de suas necessidades? Em alguns casos a diferenciação é realmente um pouco complexa e até subjetiva, mas acompanhando alguns depoimentos na rede, arrisco um palpite: As compras coletivas já estão transformando a compra por impulso na internet em uma espécie de compra planejada, mudando o comportamento de compra dos consumidores.

Com ofertas diárias, em diferentes segmentos e sites, o consumidor está aprendendo a esperar pela oferta certa, daquilo o que realmente lhe interessa, evitando arrependimento futuro. A empresária Evelyn Hirose, por exemplo, confessa em depoimento ao portal IG que no início se empolgou. "Nas primeiras três semanas, acessava aos sites todos os dias e comprei cerca de 20 produtos, principalmente cursos e comida. Gastei algo em torno de R$400,00. Hoje uso uma planilha para controlar os gastos e os prazos das ofertas”. Larissa Sanches, publicitária, também já mudou seu comportamento de compra por causa das compras coletivas. “A gente tem que se segurar um pouco mais. É como se estivessem te lembrando de uma liquidação. Nenhuma das coisas que já comprei foi para uso imediato. Agora quando fico interessada em algum produto, fico esperando (a oferta) entrar nos sites”.

Visto dessa maneira, acredito que essa transformação no comportamento do e-consumidor talvez já seja uma tendência. A impulsividade nas compras dando lugar a um consumo cada vez mais consciente e planejado. A transação comercial que deixa satisfeitos o consumidor, o lojista e o fabricante. Melhor para a saúde financeira do consumidor e melhor para o e-commerce que deixará de ser visto como o vilão de algumas histórias.

*Esse artigo também foi publicado em 22/12/2010 no blog Ponto Marketing. Marketing no Ponto Certo! Confira!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Marketing Experiencial: Promovendo a experiência de uma grande ideia



“Grandes idéias são aquelas que convencem naturalmente o consumidor a gastar seu tempo e dinheiro com uma marca.” Simples e direto. Ponto final! Lembro que depois de ter ouvido isso eu nem conseguia me lembrar se eu tinha uma definição anterior do que seria uma grande idéia.

Dentro daquilo o que eu experimentava profissionalmente na época, só consegui pensar em uma coisa: O Marketing Experiencial é mesmo uma grande idéia. Aliás, mais do que isso. O Marketing Experiencial é promover a experiência de uma grande idéia.

Resumidamente, o marketing experiencial é focado em criar experiências que envolvam o consumidor e as marcas (ou produtos), através da estimulação dos seus sentidos. Assim, os valores sensoriais, emocionais, cognitivos, comportamentais e relacionais substituem os valores racionais e funcionais. Logo, o consumo se torna uma experiência holística. Para saber um pouco mais sobre Marketing Experiencial leia Marketing e experiências cognitivas - O que o cliente sente quando pensa na sua marca?

Através do Marketing Experiencial você consegue não apenas comunicar um posicionamento, mas tornar tangível esse posicionamento através de uma experiência. E como eu já disse por aqui, ativando as percepções e sentimentos do consumidor através de uma experiência, a experimentação desse posicionamento e da marca fica mais tempo na memória e também é mais facilmente compartilhada com outras pessoas. Cria-se então uma forte conexão entre a marca e o consumidor. E um consumidor engajado, ou um consumidor evangelizador como já ouvi por ai, vale muito!

Nessa onda, muita gente lá fora já não pensa mais em Marketing feito de outra maneira. Exemplos não faltam e vira e mexe compartilho algum deles com vocês por aqui. Se for a sua primeira vez aqui no Experimentando Marketing ou se ainda não havia visto nenhum deles sob esta perspectiva, visite alguns dos posts anteriores. Eu particularmente recomendo os dois em que postei os exemplos de que mais gosto. Uma nova integração entre tecnologia, marketing e comunicação e Experiências físicas, no mundo real, com pessoas reais.

Aqui no Brasil ainda não são muitas as experimentações desta prática, mas aos poucos elas vão aparecendo.

Em novembro do ano passado, por exemplo, a Fiat promoveu pela primeira vez no Brasil, em Porto Alegre - RS, a Arena Fiat Sensações. O evento que durou pouco mais de 15 dias trouxe mais de mil veículos da montadora expostos em ambientes interativos planejados para entreter toda a família.

Ocupando uma área de 30.000 m², o projeto serviu para aproximar o consumidor gaúcho e, segundo Fabio Meira (gerente regional da Fiat), valorizar o relacionamento da marca com o cliente através de atividades como o test drive da linha adventure em uma pista off-road, aulas sobre a tecnologia locker e o lançamento da linha Fiat Fashion com roupas e acessórios que misturavam tendências da moda ao conceito de tecnologia e modernidade dos carros, além de roupas customizadas, de aventura, tênis, relógios e mochilas.

Para o publico feminino, o Espaço Punto Beaty foi o grande sucesso. Nele, as visitantes podiam utilizar serviços de manicure, maquiagem e cabeleireiros, além de conhecer os esmaltes com as cores dos carros da empresa. Ainda para o público feminino, outra inovação: o curso “Mecânica para Mulheres”. As participantes puderam acompanhar palestras com informações sobre cuidados com o carro, além de dicas de economia e manutenção preventiva.

Segundo notas divulgadas sobre o evento, a Fiat teria vendido mais de 1.000 (mil) carros no evento e recebido mais de 5.000 (cinco mil) visitantes no primeiro final de semana da Arena.

Pois é...Ponto para a Fiat!

Quer saber mais sobre Marketing Experiencial bem feito? Continua “cavucando” por ai que ele existe! Nos próximos posts trago alguns outros exemplos criativos que encontrei por ai. Até lá!